segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Icapuí: Entrevista com o ST Ricardo Ponciano sobre segurança pública




O trabalho que o ST Ricardo Ponciano e sua equipe vêm desenvolvendo em Icapuí, em menos de um ano de operação, tem produzido efeitos benéficos significativos, diminuído drasticamente os níveis de violência urbana, seja no trânsito, no combate às drogas e no respeito às leis da ordem e do silêncio. Isto é notório e digno de destaque, pois quem ganha são os munícipes.
 
Ainda não se pode dormir com as janelas abertas em Icapuí como antigamente, isso é verdade, mas que a cidade, antes entregue às drogas e a delinquência hoje está mais ordeira e tranquila, é fato.
 
O prefeito Jeronimo Reis não abre mão da moralidade e do respeito, e tem recebido apoio e elogios por parte do poder judiciário, na pessoa do Promotor Público Dr. Adriano Saraiva, do ST Ricardo Ponciano e de outras autoridades.
 
O ST Ricardo Ponciano conversou com o Notícias da Gestão sobre como encontrou a cidade, como está hoje, e quais são as medidas a serem tomadas, a médio curto prazo, para torná-la de fato uma cidade mais organizada, mais tranquila e conhecedora dos seus direitos e deveres.
 
CRIME AMBIENTAL
NG - ST Ricardo, vamos começar falando sobre crimes ambientais. Salvo engano, a poluição sonora se enquadra nesse crime, como o efetivo da PM sob seu comando vem resolvendo o problema com os paredões de som em Icapuí?
 
ST Ricardo Ponciano - A cerca dessa problemática, da perturbação, da ordem e do sossego alheio, realmente se enquadra em crime ambiental promovido por pessoas que possuem carros de som, e procuram utilizá-los ao seu bel prazer em detrimento da liberdade das pessoas de optarem pelo sossego. Desde que chegamos aqui, em 17 de outubro de 2012, a gente vem intensificando as ações no combate a esse tipo de crime. É um crime de menor potencial, onde apenas o som é apreendido e a pessoa vai responder ao um TCO (Termo Circunstanciado de Ocorrência). As ações partem do seguinte princípio: nós tomamos conhecimento do crime, vamos até o local, conduzimos o som à delegacia, o indivíduo é apresentado a autoridade policial, e é feito o procedimento. Então, parte de uma denúncia, e da cessão da ação delituosa. Aqui em Icapuí, aprendeu-se, dentro da escola da vida, a ter os direitos garantidos e perseguidos, infelizmente as pessoas perderam as aulas dos deveres, e não gostam de cumpri-los. Pra isso existe o Estado. Nós não vivemos num regime anárquico, onde não existem políticos, leis, poderes executivos, legislativo e judiciário, todos vivem a seu bel prazer, mas esquecem que vivemos numa democracia, e numa democracia exige que sejam garantidos os direitos, mas também que as pessoas cumpram seus deveres, e o pessoal daqui não está muito ligado nessa parte não. Mas a Polícia Militar é o órgão responsável por manter a ordem preventiva, repressiva e ostensiva, por meio de suas ações. Por isso a PM de Icapuí vem realizado esse trabalho, com várias prisões, apreensões, conduzindo ao xadrez elementos nocivos à sociedade. Essa perturbação do sossego alheio, pode ser a qualquer hora, a qualquer instante em que o cidadão se sentir prejudicado. Essa história que a Lei do silêncio é até ás 22:00 horas é balela. Sentiu-se agredido por som repetido e muito alto pode chamar a polícia, pois causa, além da perturbação, surdez, tremores, irritações, incitam à embriaguez, ao erotismo e outras mazelas nocivas à saúde.
 
TRÂNSITO
NG - E sobre o trânsito, como o senhor encontrou a cidade, como está agora e quais são as ações a serem tomadas para que as pessoas entendam que o ato de dirigir é uma grande responsabilidade?
 
ST Ricardo Ponciano - Icapuí foi encontrada dentro de um aspecto que requeria muito cuidado, muitas ações ostensivas, repreensivas e preventivas foram feitas para coibir os crimes de trânsito. Começamos a fazer blitz e abordagens, e observamos um grande índice de pessoas gerando perigo de danos, que é previsto no Artigo 309, sem habilitação, no caso. Entregando veículos a menores, tipificado no Artigo 310 do código de trânsito brasileiro, pessoas dirigindo em alta velocidade, empinando motos, dando cavalos-de-pau, trazendo riscos as pessoas em frente ao hospital, as escolas, tipificados no Artigo 311 do código de trânsito brasileiro, então passamos a criminalizá-los, conduzindo-os à delegacia, recolhendo os veículos, motos com placas alteradas, sem documentação, foram apreendidas para serem feitos o procedimento criminal. O grande índice de acidentes fatais em Icapuí era notório. Icapuí estava dentro de estatísticas negativas, porque aqui, segundo informações, quem era amigo do prefeito mandava soltar, quem era amigo de vereadores mandavam soltar, e isso tirava toda a autoridade da polícia no que diz respeito à observância das leis. Nesse aspecto, temos uma grande parceria com o prefeito Jerônimo Reis, que nunca ligou para nós para tentar nos impedir que realizássemos nosso trabalho, muito pelo contrário, ele nos apoia em nossas ações, e isso é fundamental para moralizar a cidade, que passou muito tempo desgovernada. A gente vê os acidentes, daí as pessoas se manifestam, ficam indignadas, mas logo depois esquecem e passam a pilotar sem capacete. Eu não tenho dúvida que se a moça (Adriana Reis) que faleceu semana passada estivesse usando capacete o máximo que teria acontecido seria algumas lesões ósseas e musculares, mas sua vida seria preservada. Nós estamos com uma parceria com Mauro Alexandrino, (secretário de Educação e Cultura) no Projeto Ação Cidadã, onde a gente ministra palestras sobre o trânsito, drogas e suas consequências.
 
DROGAS
 
NG - ST Ricardo, nós sabemos que um dos maiores problemas de Icapuí ainda é em relação às drogas, sobretudo ao crack, por ser uma pedra sintetizada artesanalmente e por conter várias substâncias viciantes encontradas em mercearias e farmácias, o que foi feito para diminuir e se as ações continuarão no sentido de, se não livrar a cidade, reduzir  ao máximo o consumo de drogas, e se há um projeto para um centro de desintoxicação de dependentes?
 
ST Ricardo Ponciano - A solução das drogas em Icapuí seria estancar a proliferação dos viciados. Como estancar essa proliferação? Orientação, educação nas escolas, com alunos em fase de desenvolvimento e formação de caráter. Tem que haver projetos nas escolas que ocupem a mente desses jovens. A gente tem que estancar a proliferação das drogas, mostrando desde cedo o mal que provoca nas pessoas se aceitarem convites para experimentar. Se pararmos com a possibilidade dos traficantes encontrarem clientes eles irão abandonar o tráfico, ele só existe porque existe o viciado, o zumbi. O viciado, ele vai ser tratado, e durante o tratamento tira-se o cliente do mercado, Daí precisamos trabalhar em cima dos adolescentes para que não enveredem no caminho das drogas. Outra coisa e continuarmos com as operações ostensivas, tirando os traficantes do seio da sociedade e colocando-os na cadeia. 
 
(Nesse momento da entrevista, o celular do ST Ricardo tocou e ele teve que sair para atender uma ocorrência, depois me informou que se tratava de um estupro de vulnerável. Um homem de Acaú ofereceu R$ 20,00 reais a uma menor na praia da Peroba, para que ele a beijasse e a tocasse. O homem foi preso em flagrante pelo Sargento Adalberto do BPTUR, e encontra-se em Aracati para procedimentos).
 
O ST Ricardo recebeu um elogio público do Cel. Bezerra, Comandante Geral da PM do Estado, pelo trabalho realizado em Icapuí. Esperamos que ele possa ficar muito tempo na cidade.

Fonte:http://www.icapui.ce.gov.br

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