Já sabe em quem votar nas próximas
eleições? Se depender do histórico recente, é provável que os pais, avôs
ou primos do seu candidato já ocupem cargos públicos.
Levantamento recente da ONG Transparência Brasil
mostra que quase metade dos parlamentares (47%) que começaram a última
legislatura têm parentes próximos* na política. São membros de famílias
que há décadas dominam a vida pública no Brasil.
O cenário é ainda mais concentrado
quando se trata dos mais jovens — justamente de onde se espera
renovação. Dos que foram eleitos com 30 anos ou menos, 79% são filhos ou
netos de políticos.
Veja abaixo todos deputados e senadores
eleitos com conexões familiares na política e descubra quais são os
partidos e Estados onde as “dinastias” — que já preparam novos herdeiros
para estas eleições — mais dominam o Congresso.
Os cinco estados com mais “aparentados”
ficam no Nordeste. O Rio Grande do Norte ocupa a segunda posição, só
perdendo para a Paraíba. Alagoas, Piauí e Pernambuco vêm depois.
O estado potiguar tem 91% dos
congressistas com laços de família, os Maia, Rosado e Alves, mas os
paraibanos quase fecham a casa dos 100%, com 93% do seu colegiado
federal.
Senado de parentes
O que menos tem representatividade
baseada em dinastias é o Rio Grande do Sul, considerado um estado de
largos avanços sociais e povo muito politizado. Antes dele, em escala
decrescente, Santa Catarina, Rio de Janeiro, Pará e Mato Grosso.
O DEM é onde se concentra maior número de políticos com laços de família, ficando mais atrás o PMDB, PP, PTB e PSC.
O PT é o último colocado nessa relação política consanguínea.
No Senado da República, 52 dos 81
ocupantes da Casa são originárias de famílias que vivem da política há
muitas décadas. Percentual chega a 64%.
Na Câmara Federal, ocupada por 513 deputados, 44% vêm de famílias de políticos.
Estudo da Organização Não-governamental
(ONG) “Transparência Brasil” (veja no Link colocado no segundo parágrafo
desta postagem) diz o seguinte:
“(…) A transferência de poder de uma geração a outra da mesma família, tanto provoca a formação de uma base parlamentar avessa a mudanças significativas, como a perpetuação no poder de políticos tradicionais desgastados, ou até impedidos de concorrer em eleições”.
Outra situação clarividente desse poder,
é que na Câmara Federal, 64% dos seus ocupantes são de famílias
concessionárias de rádio e TV. No Senado da República, chegamos a 89%
controlando rádios e emissoras de televisão. Boa parte, na região
nordestina.
A propósito, o Nordeste é o suprassumo
do atraso político. Está travado por oligarquias em todos os seus nove
estados. No Ceará é onde desponta um sinal de renovação de hábitos, onde
as oligarquias têm hoje uma menor força, apesar de ainda muito
influentes da capital ao sertão.
Por lá, 44% dos parlamentares federais
advêm de famílias tradicionais da política, que continuam despejando
seus “filhotes” e outros parentes em Brasília, com a força dos meios
disponíveis, republicanos ou não. Tudo aparentemente de modo
democrático: pelo voto.
No Rio Grande do Norte… bem, no Rio Grande do Norte, tudo parece continuar funcionando em capitanias hereditárias.
Oligarquia
A palavra oligarquia é um termo que tem origem na palavra grega “oligarkhía“.
Significa em sentido literal, “governo de poucos” e que designa
um sistema político no qual o poder está concentrado em um pequeno grupo
pertencente a uma mesma família, um mesmo partido político ou grupo
econômico.
A oligarquia é caracterizada por pequeno grupo que controla as
políticas sociais e econômicas em benefício de interesses próprios.
Desde a antiguidade que é considerada a mais atrasada forma de
governo/poder. Seu conceito é sempre pejorativo.O filósofo Aristóteles definia a oligarquia como “a depravação da aristocracia” (organização sociopolítica baseada em privilégios de uma classe social formada por nobres que detém, geralmente por herança, o monopólio do poder, onde o poder é exercido para o benefício de um grupo ou classe e não da população em geral).
Platão, outro filósofo grego, identifica os integrantes do do mandonismo oligárquico como um “bando de exploradores”.
Norberto Bobbio
Num tempo contemporâneo, a filosofia política apenas reitera o que o passado já apontara. Caso do filósofo italiano, gênio planetário, Norberto Bobbio.
Ele via os
oligarcas como pessoas que “gozam de privilégios particulares,
servindo-se de todos os meios que o poder pôs ao seu alcance para os
conservar”.
Qualquer semelhança com a fauna
potiguar, não é mera coincidência. Veja os exemplos de vantagens que
eles produzem em favor dos seus, em detrimento da maioria da população.
Para a parentada, vantagens; para a massa-gente, os rigores da lei e as
dificuldades inerentes à própria vida dos comuns.
*
Observação quanto à metodologia empregada nesse levantamento: por
“parentes próximos” foram considerados: pais, filhos, irmãos, avôs,
tios, primos, sobrinhos, cônjuge, genro, nora ou cunhado. Destacou
deputados e senadores que começaram a última legislatura, em 2010. Não
contempla portanto, mudanças ocorridas desde então.
Veja AQUI
página original desse levantamento por partidos, nomes, famílias,
estados etc. Vá clicando nos quadros que aparecem e obtenha maiores
resultados.
Fonte: http://blogcarlossantos.com.br/
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